Um panorama do que rolou em Juiz de Fora em novembro
De onde vieram? Para onde vão? Quem são? Parece chamada do Globo Repórter, mas a referência é para um grupo numeroso que, nas últimas semanas, tomou as ruas de Juiz de Fora, mais precisamente os sinais de trânsito, oferecendo aos motoristas balas “Mentos”. Coloridas, gostosas, de menta…
Mas, deixemos os doces para uma outra hora. O que esses jovens buscam é seduzir os motoristas e ao mesmo tempo sensibiliza-los, deixando as caixas de balas agarradas no vidro dianteiro com frases motivacionais viradas, convenientemente, ao olhar de quem está no carro.
O exemplo retrata uma realidade que já nos acostumamos. O que não significa conformar. Pelo menos, uma boa parte não age assim! O desemprego e a busca pelo mercado informal, na maioria das vezes está longe de ser uma opção. É um ato de sobrevivência.
Proponho a discussão num momento em que a Prefeitura e a Câmara – parece que agora sai do papel – devem concluir uma nova normatização do comércio popular no Centro. A iniciativa teve início na Praça do Riachuelo, local que recebeu ambulantes realocados da Avenida Getúlio Vargas.
Os comerciantes populares de rua passarão a ser identificados como microempreendedores individuais (MEI) e, com o cadastro, a Prefeitura acredita que a atividade terá mais segurança, potencializando a geração de emprego. Os critérios para concessão de licença são: condições de habitação, renda familiar e o tempo de residência na cidade, pelo menos, dois anos. Serão reservados, ainda, pontos para candidatos com deficiência, pessoas idosas e egressos do sistema prisional. Quem receber a licença para o comércio popular deverá zelar pela ordem, moralidade e limpeza do local.

Esse é um passo importante na organização do mercado de trabalho e na oportunidade de muitos ganharem seu sustento com dignidade. São pouco mais de 2 mil pessoas beneficiadas num primeiro momento.
A longa permanência da pandemia abriu ainda mais esse abismo social no nosso País. Precisamos reorganizar a vida e colocar em prática lições que o distanciamento nos impôs. Foi – talvez ainda seja – um tempo de dor, angústia, mas também de reflexão.
Ou entendemos que a mudança para um mundo melhor passa por cada um de nós, e não somente por quem nos governa, ou nossos netos, bisnetos e suas gerações continuarão assistindo impassíveis a venda de produtos nas ruas, questionando apenas por que no lugar de balas não oferecem algum produto que seja acessível também aos diabéticos.
Há outros pontos importantes sendo discutidos, neste momento. A vacinação, por exemplo, avança para atingir já a terceira dose (reforço) para toda a população adulta do país. Em Juiz de Fora, essa iniciativa deve acelerar o planejamento de retomada de setores essenciais para o funcionamento da nossa economia, como de eventos.
Não há ainda definição sobre o carnaval de 2022, mas o fim do ano prevê um cenário, pelo menos visualmente, bem diferente do ano passado. Há um movimento para que o comércio ajude a Prefeitura na decoração das ruas e um dezembro um pouco mais agitado nas galerias, nos shoppings, enfim, com uma ligeira melhora, inclusive, nas tradicionais contratações temporárias comuns neste período.
Sobre as escolas, a Prefeitura autorizou o retorno de 100% dos alunos, ainda de maneira facultativa, desde que as instituições de ensino cumpram os protocolos. O principal, distanciamento mínimo de um metro entre as carteiras e um metro e meio nas áreas de circulação e refeitórios. Nem todas conseguem cumprir e voltam em fevereiro na integralidade. Até lá, a expectativa é de que a presença de estudantes e trabalhadores da Educação volte a ser obrigatória nas escolas.
Como se vê, a pandemia não acabou. A Europa nos traz uma lição! Deixar de vacinar é abrir espaço para uma nova onda de contaminações e internações. É fundamental que as pessoas sigam se vacinando e os municípios cumpram sua missão de buscar também essas pessoas, que ainda não foram imunizadas. O tempo é curto, agilidade é o que separa o risco e a esperança em dias melhores.