Vem aí o Parque Estadual Mata do Krambeck em Juiz de Fora
Quando criança, nasci praticamente na zona norte de Juiz de Fora. Sempre que passava pela Mata do Krambeck ficava admirado com aquele verde cheio de vida e perguntava para meus pais: “tem leão ali também”?
Leão não, confirmei mais tarde também, mas, onça sim. E há poucos anos, percebemos até uma busca pelo animal que escapou do seu habitat (será que escapou mesmo ou nós é que estamos nele?), e passou a circular pelas vias próximas a mata até ser capturada.
E passei a descobrir outras coisas. O terreno era dividido por três propriedades particulares. Não podíamos entrar com facilidade. E, depois de tantos anos, finalmente vamos conhecer todo esse tesouro.
O parque agora é estadual. Ele, que conta com uma área aproximada de 292 hectares e um perímetro de mais de 7 mil metros, fica ao lado da Avenida Brasil, às margens do Rio Paraibuna. O local é habitat de espécies raras e animais característicos da Mata Atlântica, além de plantas e árvores diversas.
A Unidade de Conservação também é uma das maiores remanescentes do bioma da Mata Atlântica em área urbana do Brasil e a maior de Juiz de Fora.
A criação do parque vai impedir as ações de desmatamento e degradação ambiental. Outro objetivo é proteger o ecossistema local, conservando sua característica peculiar de importante refúgio de animais da fauna silvestre regional em meio à ampla extensão urbana vizinha.
Uma das árvores presentes no parque, por exemplo, é a palmeira-juçara, produtora do palmito, que está na lista vermelha de extinção. Imagina o que ainda não pode ser encontrado lá.
A população também será beneficiada pela criação do parque pelas oportunidades de visitação, recreação e educação ambiental que o local poderá oferecer, contribuindo, ainda, com a comunidade científica, por meio de pesquisas, e com a economia local, por meio do desenvolvimento do turismo em bases sustentáveis.
Enfim, o mundo agradece a preservação de uma enorme área verde. Só de escrever esse texto, confesso, consigo respirar até com mais facilidade mesmo com um desvio de septo que me acompanha desde pequeno.
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Imagem: Fernando Priamo, Tribuna de Minas.