Retrofit: veja como valorizar o seu patrimônio
Talvez vocês já tenham escutado o termo retrofit por aí: ele tem sido muito utilizado no mercado imobiliário do mundo todo. Retrofit não tem uma tradução literal, mas o termo em inglês é entendido como “atualização/modernização”. Então já deu para perceber o tema desse blog, certo? Entenda como o retrofit valoriza seu imóvel e de onde o termo surgiu.
Preservando o passado, atualizando o futuro
A prática de revitalização de edifícios, conhecida como retrofit, teve sua origem na Europa e nos Estados Unidos durante o século XX, visando revitalizar edificações históricas que estavam em estado de deterioração. O propósito central é não apenas modernizar esses prédios, mas também conservar suas características arquitetônicas distintivas.
No Brasil, essa tendência ganhou força na última década, influenciada pela crescente preocupação com sustentabilidade e eficiência energética.
O movimento despertou a atenção do corretor de imóveis Fábio, que notou seu aumento no mercado imobiliário, especialmente nos centros urbanos como São Paulo. Confira a matéria da revista “São Paulo nas Alturas” sobre retrofit:
Por que fazer o retrofit
No entanto, além de perceber o aumento desse fenômeno; Fábio compreende a importância do retrofit não apenas como modernização, mas também para a manutenção e segurança do patrimônio. Afinal, com o passar do tempo, o desgaste do imóvel é inevitável e, quando afeta a estrutura, sistemas elétricos e hidráulicos, pode representar riscos para os ocupantes.
Assim, a aplicação do retrofit vai muito além de uma questão estética e pode ser realizada de diversas maneiras:
- Atualização dos sistemas de segurança, telefonia e informática.
- Renovação das instalações elétricas para versões mais modernas e seguras.
- Reforma das áreas comuns, como portaria, hall e elevadores.
- Modernização das fachadas.
Há casos em que edifícios passaram pelo retrofit e até mesmo tiveram suas finalidades originais alteradas, de comercial para residencial e vice-versa, para atender a novas demandas regionais. Essa abordagem aproveita a estrutura existente, fazendo as devidas adaptações para atender às necessidades da comunidade local, evitando assim a construção de novos edifícios com impactos ambientais significativos.
Exemplos no retrofit brasileiro
O processo de retrofit não é tão simples. Ele exige cuidado e mão de obra especializada, além de enfrentar desafios burocráticos para garantir a aprovação das autoridades regulatórias.
Curitiba é um exemplo notável a ser seguido no cenário nacional. A cidade implementou diretrizes e incentivos que permitem que investidores realizem projetos de revitalização benéficos tanto para eles quanto para a cidade, estimulando a revitalização de imóveis ociosos. Além disso, São Paulo instituiu o programa “Requalifica Centro” por meio da Lei de 2021.
Retrofit e o mercado imobiliário
Fábio, ao avaliar propriedades, frequentemente encontra proprietários de imóveis mais antigos frustrados com os valores de mercado. Embora muitos estejam concentrados nas reformas internas, ele ressalta que a avaliação não deve se limitar ao interior do imóvel.
A fachada, entrada, sistemas elétricos e hidráulicos também desempenham um papel crucial. Cuidar desses aspectos internos e externos é fundamental para valorizar o patrimônio e impedir sua depreciação.
Isso porque muitas construções antigas possuem estruturas que rivalizam com as das novas, representando ativos valiosos que merecem preservação e requalificação.
Retrofit em Juiz de Fora
Um exemplo inspirador em Juiz de Fora é o edifício Pablo Picasso, localizado na rua Renato Dias. Este prédio residencial de quatro andares, com mais de 40 anos, recentemente passou por uma renovação de fachada realizada pelo escritório Habite-se Arquitetura.
O arquiteto Reinaldo Almeida demonstrou maestria na escolha dos detalhes, mantendo elementos originais e incorporando materiais modernos como porcelanato imitando aço corten e ACM.
Essa combinação conferiu ao prédio um visual contemporâneo e elegante, como pode ser observado na comparação das fotos de antes e depois.


Fábio conversou com o síndico José Luiz Matos e o sub-síndico João Carlos do condomínio Pablo Picasso. Após um longo bate-papo, o corretor percebeu que toda transformação exige muita boa vontade e competência. Os responsáveis compartilharam detalhes da reforma, ressaltando a necessidade de uma pesquisa minuciosa de preços, gestão de cronograma e a preocupação constante em garantir o bem-estar dos moradores, para que tudo ocorresse conforme planejado.
Uma curiosidade contada por eles é que, a medida que a obra progredia, os próprios moradores se entusiasmavam em contribuir para melhorias adicionais. Ah, se todo prédio tivesse pessoas empenhadas em cuidar do condomínio!
A revitalização de edifícios antigos por meio do retrofit não apenas preserva a história, mas também atualiza a funcionalidade e a estética para as necessidades contemporâneas. No entanto, essa jornada exige dedicação, competência e a colaboração de todos os envolvidos.
A cada projeto bem-sucedido, como o edifício Pablo Picasso, o legado do passado é mantido vivo, enquanto um futuro vibrante é construído.
Parabéns pela reportagem!!